Satisfaz a mente humana quanto ao “para quê” do universo. Apresenta uma filosofia razoável, que tem o mérito de ser simples e apelar para o senso comum da humanidade. Quando contrastamos o realismo simples e tocante da Bíblia com os produtos da especulação humana, como por exemplo, as de Fichte, Schelling e Hegel, a superioridade e adaptabilidade da Bíblia se salientam de maneira notável e impressionante. Ela também informa o homem quanto à sua origem, sua natureza e seu destino – de onde veio, o que é e para onde vai -, de modo a satisfazê-lo plenamente, resolvendo “o grande mistério da existência”, no dizer da incredulidade. Mas, às necessidades religiosas do homem é que a Bíblia faz o seu principal apelo. Ela sempre tem exaltado os ideais do homem; tem-no feito elevar os olhos da terra e das coisas terrenas, a fim de olhar para a face de seu Pai e Deus. Tem transformado a sua vida e santificado sua natureza. Tem-no feito cônscio da distância e diferença entre ele e Deus e, ao passo que o conserva humilde, tem exaltado as suas aspirações e tem-no levado a ajudar seus semelhantes a se elevaram moral e espiritualmente. A Bíblia criou a diferença entre o cristão e o pagão, entre o civilizado e o selvagem. Ensinou ao homem que ele é peregrino aqui na terra. Enquanto prossegue sua jornada terrena, contempla com olhar da fé “a cidade que tem fundamentos, da qual o Artífice e Construtor é Deus” (Hb 11:10). Quando lhe sobrevém a calamidade e se desfaz e desaparece o que é terreno, ele não se sente perplexo nem vencido. Quando se esvai o terreno e transitório, ele se estriba no celeste e permanente. A fé que a Bíblia inspira tem mais valor para o homem mortal do que todas as pessoas mundanas e toda a sabedoria humana. Suas palavras são as mais doces que jamais foram escritas ou pronunciadas. Seus princípios são os mais elevados que o mundo tem conhecido. Em sua influência sobre o homem, ela sobrepuja todas as outras agências jamais empregadas em seu benefício. Ela tem santificado os lares e os corações; tem consolado as almas tristes e enxugado as lágrimas; tem alegrado os enfermos e fortalecido os fracos; tem despertado esperanças e vencido temores; tem produzido alegria e inspirado cânticos; tem consolado o moribundo no seu leito e concedido vitória sobre a morte; tem sido, enfim, a maior bênção para milhares de gerações que têm crido em sua verdade e confiado em suas promessas. A palavra do Senhor foi provada (Sl 18:30) e se revelou verdadeira na experiência de gerações que viveram à sua luz e morreram na fé que ela inspira, concitando a posteridade a prosseguir.
A consolação que a Bíblia traz aos pobres e aos aflitos prova que é um livro bom.
Os lares de grandes servos de Deus ilustram a bênção que a Bíblia produz onde quer que seja reverentemente crida e obedecida.
A experiência de uma grande multidão de corações piedosos é que a Bíblia é a maior bênção que já se concedeu ao coração humano. A Santa Bíblia, a Palavra do Deus Vivo, é o conforto principal do homem.
(David Clark – Compêndio de Teologia Sistemática – Ed. Cultura Cristã).
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