terça-feira, 1 de dezembro de 2009

CULTOS DE AÇÕES DE GRAÇAS PELOS 60 ANOS DE IGREJA PRESBITERIANA NO AMAPÁ

Foram três dias abençoadores onde estivemos celebrando e agradecendo as bençãos de Deus sobre a Igreja Presbiteriana do Amapá e tambem tendo a oportunidade de estudarmos a bíblia com este servo de Deus que tanto tem contribuído com o evangelho do Reino: o Pr Russel Shedd. Foram momentos que edificaram as nossas vidas e que reforçaram ainda mais a comunhão entre as nossas igrejas.











































quinta-feira, 12 de março de 2009

As Divisões da Igreja de Corinto – Retrato de Hoje

Apesar de ser uma igreja que se via como espiritual (1 Coríntios 3.1) e de ser voltada para a busca de dons carismáticos (1 Coríntios 12.31; 14.1; 14.12), a igreja de Corinto estava na iminência de dividir-se em pelo menos quatro pedaços. Paulo, ao escrever-lhes, menciona que tem conhecimento de quatro grupos dentro da comunidade que ameaçavam a sua unidade: os de Paulo, os de Pedro, os de Apolo e os de Cristo (1 Coríntios 1.11-12). A igreja de Corinto, com seu espírito faccioso e divisionista, a despeito de sua pretensa espiritualidade, ficou na história como um alerta às igrejas cristãs de todo o mundo, registrado na carta que Paulo lhes escreveu.
Para aprendermos a lição, devemos primeiramente entender o racha que estava por acontecer naquela igreja. E não é um desafio fácil determinar com relativa certeza a natureza e identificação de cada um dos grupos mencionados por Paulo em 1 Coríntios 1.12.
Uma explicação popular é a dos partidos teológicos. Para alguns estudiosos, os aderentes de Pedro, Paulo e Apolo haviam-se agrupado em torno das suas doutrinas distintas, formando uma divisão rígida dentro da igreja. Estes grupos se caracterizavam por manter as ênfases doutrinárias características daqueles líderes. Geralmente se ouve falar que os de Pedro mantinham um Cristianismo judaico rígido e intolerante, até meio legalista; que os de Paulo eram mais abertos, enfatizando a salvação pela fé sem as obras da lei, e que os de Apolo seguiam a hermenêutica alegórica do eloqüente alexandrino. A realidade é que não há qualquer indício em 1 Coríntios 1-4 da existência de partidos teológicos. A relação entre a teologia dos líderes favoritos e a formação destes partidos em torno de seus nomes é altamente especulativa.
O que se percebe é que havia a escolha pessoal de cada coríntio de um líder favorito, de quem ele se vangloriava de ser discípulo (1 Coríntios 1.12; 3.21). As contendas se davam porque cada um deles afirmava que seu eleito era o melhor (3.21, 4.6). Percebemos ainda que existe uma relação estreita entre o apego à filosofia grega e a formação dos partidos em 1 Coríntios 1-4. 
Os slogans “eu sou de...” soam como culto à personalidade, um erro no qual crentes neófitos e imaturos caem com freqüência. 
No caso dos coríntios em particular, esse culto à personalidade tinha recebido um impulso adicional da sua tendência, como gregos, de exaltar os mestres religiosos ao status de theioi anthropoi, homens possuindo qualidades divinas. As principais escolas filosóficas da Grécia costumavam invocar o nome de seus fundadores e principais mestres. Esse costume poderia explicar a vanglória dos coríntios em seguir Paulo, Pedro, Apolo e mesmo o Mestre de todos, Cristo.
Os slogans usados pelos coríntios (“eu sou de...”) ratificam esse ponto. O problema tinha a ver com a tendência comum de alguns crentes de venerar líderes cristãos reconhecidos. Com exceção de Cristo, os nomes escolhidos pelos coríntios são de um apóstolo (Pedro e Paulo) ou de alguém associado com eles (Apolo): Paulo era o fundador apostólico da igreja (4.15); Apolo, por sua vez, embora não considerado no Novo Testamento como um apóstolo, era um pregador eloqüente e tinha desenvolvido um ministério frutífero entre os coríntios, depois da partida de Paulo (3.6, cf. At 18.24-28, 19.1); E Pedro era o conhecido líder dos apóstolos, e muitos possivelmente teriam sido atraídos a ele, embora não seja certo que alguma vez ele haja visitado a igreja de Corinto.
Os “de Cristo” são notoriamente difíceis de se identificar. Embora a escolha do nome de Cristo tenha sido possivelmente uma reação ao partidarismo em torno de nomes de homens, os seus aderentes nada mais são que outro partido. Eles se vangloriavam de que seguiam a Cristo somente, e não a homens, mesmo que estes fossem apóstolos. Paulo os teria criticado pela forma facciosa com a qual afirmavam esta posição aparentemente correta. É provável que os membros do partido “de Cristo” eram os mesmos “espirituais”, um grupo na igreja que se considerava “espiritual” (cf. 3.1; 12.1; 14.37). Para eles, o conceito de ser “espiritual” estava relacionado com o uso dos dons espirituais, principalmente de línguas e de profecia. Este grupo, por causa do acesso direto que julgava ter a Deus, através dos dons, teria considerado desnecessário o ministério de Paulo, tinham-no em pouca conta, e mesmo queriam julgar a sua mensagem (1 Coríntios 4.3; 4.18-21; 8.1-2; 9.3). Esse seria o grupo “de Cristo,” cujos membros (em sua própria avaliação) não dependiam de homem algum, mas somente e diretamente do Senhor, através dos dons. Paulo faz pouco caso das suas reivindicações, e considera a igreja toda como sendo “de Cristo” (cf. 3.23; 2 Coríntios 10.7).
É o próprio Paulo, entretanto, quem nos revela a causa interna principal para as divisões entre os coríntios: eles ainda eram carnais (1 Coríntios 3.1-4; cf. Gálatas 5.20). Esta carnalidade, embora deva ser interpretada primariamente como imaturidade, em contraste aos “maduros” ou “perfeitos” (1 Coríntios 2.6), carrega uma conotação ética, como a expressão “andar segundo os homens” (1 Coríntios 3.3) indica.
Podemos concluir que os partidos de Paulo, Apolo, Cefas e Cristo, que estavam rachando a igreja de Corinto, não eram partidos teológicos, isto é, aglutinados em torno da suposta teologia de cada um destes nomes. Mais provavelmente, os partidos se formaram a partir das preferências pessoais dos coríntios individualmente, tendo como impulso a sua imaturidade, sua carnalidade, e sua tendência, como gregos, de exaltar mestres religiosos. O partido de Cristo, por sua vez, havia se formado por outro motivo, a enfatuação religiosa produzida pelos dons carismáticos.
A situação triste da igreja de Corinto nos fornece um retrato do espírito divisivo que ainda hoje permeia as igrejas evangélicas. É um texto básico para ser pregado e ensinado nas igrejas e seminários. Embora haja momentos em que uma divisão seja necessária (quando, por exemplo, uma denominação abandona as Escrituras como regra de fé e prática), percebemos que as causas do intenso divisionismo evangélico no Brasil são intrinsecamente corintianas: imaturidade, carnalidade, culto à personalidade, orgulho espiritual, mundanismo. Nem sempre os líderes são culpados do culto à personalidade que crentes imaturos lhes prestam. Paulo, Apolo e Pedro certamente teriam rejeitado a formação de fã-clubes em torno de seus nomes. De qualquer forma, os líderes evangélicos sempre deveriam procurar evitar dar qualquer ocasião para que isto ocorra, como o próprio Paulo havia feito (1 Coríntios 1.13-17). Infelizmente, o conceito de ministério que prevalece em muitos quartéis evangélicos de hoje é exatamente aquele que Paulo combate em 1 Coríntios.

Augustus Nicodemus Lopes

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O Que Fazer, Quando Injuriados ?



Uma palavra para líderes que procuram exercer a disciplina na igreja

Problemas, perseguições e incompreensões devem ser esperados, nesta vida, pelo Cristão:

 

Nossas aflições nada são comparadas com a de muitos heróis da fé (relato bíblico de Hebreus 11, Indonésia, Timor, etc.): Hebreus 11.35-37:

 

... Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição; outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados.

 

Jesus adverte sobre a realidade das aflições: João 16.33: Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.

 

Pedro diz que não devemos estranhá-las: 1 Pedro 4.12-13: Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo. pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo.

 

Paulo mostra a Timóteo a necessidade de sobriedade no meio das aflições: 2 Timóteo 4.5: Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições.

 

Às vezes atravessamos turbulências, mas elas não devem se constituir em surpresa. Poucas igrejas ousam manter a disciplina e ordem, se saímos da vala comum, devemos esperar incompreensões. É necessidade paciência para convencer os demais. Neste estágio duas coisas são importantes:

 

1. Ter a convicção de estar fazendo a coisa certa. Agindo em prol da Igreja. Procurando a paz.

 

2. Manter a sobriedade, a propriedade no trato.

 

Temos ensinamento adicional, sobre os problemas de injúria, em 1 Pedro:

 

1. Não responder no mesmo tom, refrear a língua ( a causa de todo o problema) 1 Pedro 3.8-11: Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança. Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente; aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la.

 

2. O sofrimento de injúria, quando se está certo, não deve perturbar a paz. Ameaças não devem ser temidas (como por exemplo, levar à justiça comum) 1 Pedro 3.12-14: Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males. Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes zelosos do que é bom? Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados.

 

O Livro de Tiago é rico nos ensinamentos sobre aflições e sobre o controle da palavra:

 

1. Aflição é prova de fé. Quando compreendida assim, é motivo de gozo espiritual, nos torna maduros. Não temos garantia de sabedoria instantânea, mas Deus nos manda recorrer a ele. Tiago 1.2-5: Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes. Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.

 

2. É muito importante a coerência da palavra com as ações. Palavras elogiosas, mescladas com injúrias e com ações violentas, não provêm de Deus. Esse é um dos pontos mais difíceis - sempre racionalizamos, quando se trata do nosso caso. Tiago 1.22-23. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural... 

 

3. A religiosidade real é demonstrada pelo refrear da língua. O pretenso zelo que atropela o trato cristão, não pode proceder de Deus. Tiago 1.26: Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã.

 

Conclusão: Reconhecer a realidade da provação, manter a serenidade, tratar com sobriedade.