terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Estudo: Os Mandamentos de Deus-parte II






2º. Mandamento: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor, teu deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”. Êxodo 20:4-6

# Como Deus deve ser cultuado?

Sabemos pelas Escrituras Sagradas que o próprio Deus estabeleceu o modo como quer ser adorado. Jesus Cristo diz: “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:23,24)
Deus quer ser cultuado em espírito e em verdade. A adoração deve envolver todo o nosso ser (corpo, espírito ou alma). O nosso ser influenciado pelo Espírito Santo, deve adorar e ter comunhão com Deus. E isto, de forma genuína, sincera e autentica.
Pelas Escrituras Sagradas, também somos informados, que culto verdadeiro e comunhão com Deus é privilégio do homem que “nasceu de novo”, cujo espírito foi vivificado pelo contato com Jesus Cristo. Enquanto o homem estiver “espiritualmente” morto, ele não será capaz de reconhecer a Deus e nem de amá-Lo e adorá-Lo.
Mas, devido a grande misericórdia e do amor de Deus pelo homem, que, se encontrava morto espiritualmente por causa dos seus pecados, Deus trouxe-o para a vida, vida em seu Filho Jesus Cristo (Ef. 2:4,5). Crer em Cristo é ter vida, e vida eterna (Jo 3:36a). Somente depois, desta obra poderosa de Deus na vida do homem, é que ele passa a compreender as coisas espirituais. Há uma grande diferença entre um homem cujo espírito está morto para Deus, e um homem que foi vivificado em seu espírito. A Bíblia não deixa dúvida quanto a isto: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2:14). Mas do homem renascido está escrito: “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus” (v.10).
Este mandamento fala de adoração a Deus. E só o homem renascido espiritualmente como vimos acima, terá capacidade para adorá-Lo verdadeira e sinceramente. A adoração é “em espírito”, uma adoração espiritual que se conforma com a Sua natureza divina. O nosso espírito vivificado entra num relacionamento com Deus, que é espírito. Sendo espírito, Deus proíbe neste 2º. Mandamento alguém torná-Lo visível. Se o homem tornar o Deus invisível em visível, ele criou um ídolo para si.
João Calvino comentando este mandamento nos diz que o mesmo “proíbe-nos de representar o Deus incompreensível por quaisquer formas materiais, e nos proíbe de prestar culto religioso a imagens de qualquer tipo. Quaisquer formas visíveis que o homem inventa para representar Deus são diametralmente opostas à natureza divina, e, portanto, somente servem para corromper e adulterar a religião genuína”.
É bom que se diga que este mandamento não está falando de arte de escultura em geral. No livro de Êxodo 25:18, lemos acerca de imagens de querubins no propiciatório (arca da aliança). Isto no ensina que nós não estamos proibidos de termos em casa gravuras ou imagens. O mandamento refere-se ao uso de qualquer imagem para fim de culto.
Devemos sempre nos lembrar que “Deus é espírito”. Nós não pudemos cultuá-Lo através de nossas imagens mentais ou da imaginação. Nosso culto deve ser em verdade. Conforme verdade revelada em Jesus Cristo. Ele é “a verdade” (Jo 14:6), o caminho para Deus é aquele que Ele manifesta.
Entre os pecados relacionados como proibidos no 2º. mandamento o catecismo maior traz: o estabelecer, aconselhar, mandar, usar e aprovar de qualquer maneira qualquer culto religioso não instituído por Deus mesmo; o fazer representação de Deus, de todas ou de qualquer das três Pessoas, quer interiormente em nosso espírito, quer exteriormente em qualquer forma de imagem ou semelhança de alguma criatura; toda adoração dela, ou de Deus nela ou por meio dela; o fazer qualquer representação de deuses imaginários e todo culto ou serviço a eles pertencentes; todas as invenções supersticiosas, corrompendo o culto de Deus, acrescentando ou tirando desse culto, quer sejam inventadas e adotadas por nós...”.
O mandamento acrescenta que o Senhor é um Deus zeloso, “para demonstrar que Ele não tolerará rival algum, e sim vingará o insulto cometido contra a Sua glória, se esta for transferida a criaturas ou a imagens de escultura; e que esta vingança será visitada nos netos e bisnetos, visto que estes seguirão nos maus passos dos seus pais. O Legislador também promete aos descendentes daqueles que O amam e Lhe obedecem misericórdia que se estenderá por muitas gerações” (Calvino).
Deus nos tem revelado Sua vontade para nossas vidas. Se fizermos pouco caso da Sua vontade, sem dúvida iremos nos machucar. E, o que é pior, não sofreremos só, nossa descendência também irá sofrer.

Pr. Luís Guilherme M. Alves

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A BÍBLIA É UMA BÊNÇÃO E CONFORTO PARA O HOMEM


Satisfaz a mente humana quanto ao “para quê” do universo. Apresenta uma filosofia razoável, que tem o mérito de ser simples e apelar para o senso comum da humanidade. Quando contrastamos o realismo simples e tocante da Bíblia com os produtos da especulação humana, como por exemplo, as de Fichte, Schelling e Hegel, a superioridade e adaptabilidade da Bíblia se salientam de maneira notável e impressionante. Ela também informa o homem quanto à sua origem, sua natureza e seu destino – de onde veio, o que é e para onde vai -, de modo a satisfazê-lo plenamente, resolvendo “o grande mistério da existência”, no dizer da incredulidade. Mas, às necessidades religiosas do homem é que a Bíblia faz o seu principal apelo. Ela sempre tem exaltado os ideais do homem; tem-no feito elevar os olhos da terra e das coisas terrenas, a fim de olhar para a face de seu Pai e Deus. Tem transformado a sua vida e santificado sua natureza. Tem-no feito cônscio da distância e diferença entre ele e Deus e, ao passo que o conserva humilde, tem exaltado as suas aspirações e tem-no levado a ajudar seus semelhantes a se elevaram moral e espiritualmente. A Bíblia criou a diferença entre o cristão e o pagão, entre o civilizado e o selvagem. Ensinou ao homem que ele é peregrino aqui na terra. Enquanto prossegue sua jornada terrena, contempla com olhar da fé “a cidade que tem fundamentos, da qual o Artífice e Construtor é Deus” (Hb 11:10). Quando lhe sobrevém a calamidade e se desfaz e desaparece o que é terreno, ele não se sente perplexo nem vencido. Quando se esvai o terreno e transitório, ele se estriba no celeste e permanente. A fé que a Bíblia inspira tem mais valor para o homem mortal do que todas as pessoas mundanas e toda a sabedoria humana. Suas palavras são as mais doces que jamais foram escritas ou pronunciadas. Seus princípios são os mais elevados que o mundo tem conhecido. Em sua influência sobre o homem, ela sobrepuja todas as outras agências jamais empregadas em seu benefício. Ela tem santificado os lares e os corações; tem consolado as almas tristes e enxugado as lágrimas; tem alegrado os enfermos e fortalecido os fracos; tem despertado esperanças e vencido temores; tem produzido alegria e inspirado cânticos; tem consolado o moribundo no seu leito e concedido vitória sobre a morte; tem sido, enfim, a maior bênção para milhares de gerações que têm crido em sua verdade e confiado em suas promessas. A palavra do Senhor foi provada (Sl 18:30) e se revelou verdadeira na experiência de gerações que viveram à sua luz e morreram na fé que ela inspira, concitando a posteridade a prosseguir.
A consolação que a Bíblia traz aos pobres e aos aflitos prova que é um livro bom.
Os lares de grandes servos de Deus ilustram a bênção que a Bíblia produz onde quer que seja reverentemente crida e obedecida.
A experiência de uma grande multidão de corações piedosos é que a Bíblia é a maior bênção que já se concedeu ao coração humano. A Santa Bíblia, a Palavra do Deus Vivo, é o conforto principal do homem.

(David Clark – Compêndio de Teologia Sistemática – Ed. Cultura Cristã).