sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Qual Jesus? Parte 2


"Jesus", o irmão de Lúcifer

Os ensinamentos heréticos sobre Jesus incluem todo tipo inimaginável de idéias sem base bíblica. O "Jesus Cristo" dos mórmons, por exemplo, não poderia estar mais longe do Jesus da Bíblia. O Jesus inventado por Joseph Smith, que a seguir inspirou o nome de sua igreja, é o primeiro filho de Elohim, tal como todos os humanos, anjos e demônios são filhos espirituais de Elohim. Este Jesus mórmon se tornou carne através de relações físicas entre Elohim (Deus, o Pai, o qual tinha um corpo físico) e a virgem Maria. O Jesus mórmon é meio-irmão de Lúcifer. Ele veio à terra para se tornar um deus. Sua morte sacrificial dará imortalidade para qualquer criatura (incluindo animais) na ressurreição. No entanto, se uma certa criatura, individualmente, vai passar a sua eternidade no inferno ou em um dos três céus, isto fica por conta de seu comportamento (incluindo o comportamento dos animais).


"Jesus", uma idéia espiritual

O Jesus Cristo das seitas da ciência da mente (Ciência Cristã, Ciência Religiosa, Escola Unitária do Cristianismo, etc.) não é diferente de qualquer outro ser humano. "Cristo" é uma idéia espiritual de Deus e não uma pessoa. Jesus nem sofreu nem morreu pelos pecados da humanidade, porque o pecado não existe. Ao invés disto, ele ajudou a humanidade a desacreditar que o pecado e a morte são fatos. Esta é a "salvação" ensinada pela tal Ciência Cristã.

 


"Jesus", o arcanjo Miguel

As Testemunhas de Jeová também amam a Jesus, mas não o Jesus da Bíblia. Antes de nascer nesta terra, Jesus era Miguel, o Arcanjo. Ele é um deus, mas não o Deus Jeová. Quando o Jesus deles se tornou um homem, parou então de ser um deus. Não houve ressurreição física do Jesus dos Testemunhas de Jeová; Jeová suscitou o seu corpo espiritual, escondeu os seus restos mortais, e agora, novamente, Jesus existe como um anjo chamado Miguel. A Bíblia promete que, ao morrer um crente em nosso Senhor e Salvador, a pessoa imediatamente estará com Jesus (2 Co 5.8; Fp 1.21-23). Com o Jesus deles, no entanto, somente 144.000 Testemunhas de Jeová terão este privilégio – mas não depois da morte, porque eles são aniquilados quando morrem. Ou seja, eles gastam um período indefinido em um estado inativo e inconsciente; de fato deixam de existir. Minha comunhão com Jesus bíblico, no entanto, é inquebrável e eterna.



"Jesus", ainda preso numa cruz

Os católicos romanos também amam a Jesus. Eu também o amei da mesma forma durante vinte e poucos anos de minha vida, mas ele era muito diferente do Jesus que eu conheço e amo agora. Algumas vezes ele era apenas um bebê ou, no máximo, um garoto protegido pela sua mãe. Quando queria a sua ajuda eu me assegurava rezando primeiro para sua mãe. O Jesus para quem eu oro hoje já deixou de ser um bebê por quase 2000 anos. O Jesus que eu amava como católico morava corporalmente em uma pequena caixa, parecida com um tabernáculo que ficava no altar de nossa igreja, na forma de pequenas hóstias brancas, enquanto que, simultaneamente, morava em milhões de hóstias ao redor do mundo. Meu Jesus, na verdade, é o Filho de Deus ressuscitado corporalmente; Ele não habita em objetos inanimados.

O Jesus dos católicos romanos que eu conhecia era o Cristo do crucifixo, com seu corpo continuamente dependurado na cruz, simbolizando, de forma apropriada, o sacrifício repetido perpetuamente na missa e a Sua obra de salvação incompleta. Aproximadamente há dois milênios, o Jesus da Bíblia pagou totalmente a dívida dos meus pecados. Ele não necessita mais dos sete sacramentos, da liturgia, do sacerdócio, do papado, da intercessão de Sua mãe, das indulgências, das orações pelos mortos, do purgatório, etc. para ajudar a salvar alguém. Os católicos romanos dizem que amam a Jesus, mesmo quando se chamam de católicos carismáticos, católicos "evangélicos", ou católicos renascidos, mas na verdade eles amam um Jesus que não é o Jesus bíblico. Ele é "um outro Jesus".


"Jesus", o bilionário

Até mesmo alguns que se dizem evangélicos promovem um Jesus diferente. Os chamados pregadores do movimento da fé e da prosperidade promovem um Jesus que foi materialmente próspero. De acordo com o evangelista John Avanzini, cujas roupas chiques refletem o seu ensino, Jesus vestia roupas de marca (uma referência à sua capa sem costura) semelhantes às vestidas por reis e mercadores ricos. Usando uma argumentação distorcida, um pregador do sucesso chamado Robert Tilton declarava que ser pobre é pecado, e já que Jesus não tinha pecado, então, obviamente, ele devia ter sido extremamente rico. O pregador da confissão positiva Fred Price explica que dirige um Rolls Royce simplesmente porque está seguindo os passos de Jesus. Oral Roberts sustenta a idéia de que, pelo fato de terem tido um tesoureiro (Judas), Jesus e Seus discípulos deviam ter muito dinheiro.


O "Jesus" do movimento da fé e das igrejas psicologizadas

Além da pregação sobre um Cristo que era materialmente rico, muitos pregadores do movimento da fé, tais como Kenneth Hagin e Kenneth Copeland, proclamam um Jesus que desceu ao inferno e foi torturado por Satanás a fim de completar a expiação pelos pecados dos homens. Este não é o Jesus que eu conheço e amo.

O Jesus de Tony Campolo habita em todas as pessoas. O televangelista Robert Schuller apresenta um Jesus que morreu na cruz para nos assegurar uma auto-estima positiva. Para apoiar sua tese sobre Jesus, psicólogos cristãos e numerosos pregadores evangélicos dizem que Sua morte na cruz prova o nosso valor infinito para com Deus e que isto é a base para nosso valor pessoal. Não somente existe uma variedade enorme de "jesuses" que promovem o ego humano hoje em dia, como também estamos ouvindo em nossas "igrejas" psicologizadas que a verdade sobre Jesus pode não ser tão importante para o nosso bem psicológico do que nossa própria percepção sobre Ele. Esta é a base para o ensino atual do integracionista psicoespiritual Neil Anderson e outros que promovem técnicas não-bíblicas de cura interior. Eles dizem que nós devemos perdoar Jesus pelas situações passadas, nas quais nós sentimos que Ele nos desapontou ou nos feriu emocionalmente. Mas, qual Jesus?

 

Conclusão

A comunhão com Jesus é o coração do Cristianismo. Não é algo que meramente imaginamos, mas é uma realidade. Ele literalmente habita em todos que colocam nEle a sua fé como Senhor e Salvador (Cl 1.27; Jo 14.20; 15.4). O relacionamento que temos com Ele é ao mesmo tempo subjetivo e objetivo. Nossas experiências pessoais genuínas com Jesus estão sempre em harmonia com a Sua Palavra objetiva (Is 8.20). O Seu Espírito nos ministra a Sua Palavra, e este conhecimento é o fundamento para nossa comunhão com Ele (Jo 8.31; Fp 3.8). Nosso amor por Ele é demonstrado e aumenta através de nossa obediência aos Seus mandamentos; nossa confiança nEle é fortalecida através do conhecimento do que Ele revela sobre Si mesmo (Jo 14.15; Fp 1.9). Jesus disse: "Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz" (Jo 18.37). Na proporção em que nós crentes aceitarmos falsas doutrinas sobre Jesus e Seus ensinamentos, também minaremos nosso relacionamento vital com Ele.

 

Nada pode ser melhor nesta terra do que a alegria da comunhão com Jesus e com aqueles que O conhecem e são conhecidos por Ele. Por outro lado, nada pode ser mais trágico do que alguém oferecer suas afeições para outro Jesus, inventado por homens e demônios. Nosso Senhor profetizou que muitos cairiam na armadilha daquela grande sedução que viria logo antes de Seu retorno (Mt 24.23-26). Haverá muitos que, por causa de sinais e maravilhas, como são chamados, feitos em Seu nome, se convencerão de que conhecem a Jesus e O estão servindo. Para estes, um dia, Ele falará estas solenes palavras: "...Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade" (Mt 7.23). Mesmo que sejamos considerados divisivos por perguntarmos "Qual Jesus?", entendam que este pode ser o ministério mais amoroso que podemos ter hoje em dia. Porque a resposta desta pergunta traz conseqüências eternas. 

T.A. McMahon. (traduzido por Ebenezer Bittencourt).

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Qual Jesus? parte1



"Quisera eu me suportásseis um pouco mais na minha loucura. Suportai-me, pois. Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam corrompidas as vossas mentes, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esses de boa mente o tolerais" (2 Coríntios 11.1-4).

"Então lhes perguntou: Mas vós, quem dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: Tu és o Cristo" (Marcos 8.29).

"Irmão, eu não estou interessado em qualquer conversa sobre doutrinas que nos dividam. A única coisa que me importa saber é se alguém ama a Jesus. Se ele me diz que ama a Jesus, não me interessa a qual igreja vai; eu o considero meu irmão em Cristo." Naquele momento, não me pareceu que fosse a hora e o lugar certo para argumentar com a pessoa que dizia isso. No entanto, eu me senti compelido a fazer uma pergunta para ela antes que a conversa se encerrasse: "Quando você fala com alguém que lhe diz amar a Jesus, você nunca lhe pergunta: ‘Qual Jesus?'"

Após um breve momento de reflexão, tal pessoa me respondeu que nunca faria tal pergunta. "Não seria simpático".

Sempre que visito alguns amigos de um outro estado, há um homem que me esforço em encontrar. Ele é a alegria em pessoa, um dos homens mais amigáveis que conheço. Mesmo sendo um muçulmano consagrado, ele se declara ecumênico, e orgulha-se do fato de compartilhar algumas das crenças tanto dos judeus como dos cristãos. Ocasionalmente ele freqüenta uma igreja com um de meus amigos e de fato aprecia a experiência e a comunhão. Certa vez em um restaurante, ele estava expondo o seu amor por Jesus para mim e nossos amigos cristãos, e encerrou a sua declaração com as seguintes palavras: "Se eu pudesse rasgar a minha carne de tal maneira que todos vocês entrassem em meu coração, vocês saberiam o quanto eu amo a Jesus." Os sentimentos que envolveram suas palavras foram impressionantes; na verdade, é incomum ouvir este tipo de declaração tão devotada, até mesmo em círculos cristãos.

Estamos falando da mesma pessoa?

Voltando agora para o meu dilema inicial. Eu estava admirando a expressão de amor de meu amigo quando um pensamento preocupante tomou conta de mim: Qual Jesus? Um breve conflito mental aconteceu. Pensei se eu devia ou não lhe fazer tal pergunta. Minhas palavras, no entanto, saíram antes que minha mente tomasse uma decisão. "Fale-me sobre o Jesus que você ama." Meu amigo muçulmano nem hesitou: "Ele é o mesmo Jesus que você ama." Antes de me tornar muito "doutrinário" com meu amigo, achei que deveria mostrar-lhe como era importante definirmos se estávamos realmente falando sobre o mesmo Jesus.

Eu usei o seu vizinho, que é um grande amigo nosso, como exemplo. Ele e eu realmente amamos esse cidadão. Depois de concordarmos sobre nossos sentimentos mútuos, eu comecei a dar uma descrição das características físicas de nosso amigo comum: "Ele tem um metro e setenta de altura, é totalmente careca, pesa mais ou menos uns 150 quilos e usa um brinco em sua orelha esquerda..." Na verdade, eu não pude ir muito longe, pois logo algumas objeções foram feitas. "Espere aí... ele tem quase dois metros, eu gostaria de ter todo o cabelo que ele tem, e ele é o homem mais magro que eu conheço!" Meu amigo acrescentou que certamente não estávamos falando sobre a mesma pessoa. "Mas isto realmente faz alguma diferença?", perguntei. Ele me olhou com incredulidade. "Mas é claro que faz! Eu não tenho um vizinho que se encaixa com a sua descrição. Talvez você esteja falando de uma outra pessoa, mas não de meu bom vizinho e amigo." Então destaquei o fato de que se nós verdadeiramente aceitássemos a descrição que eu acabara de dar, certamente não estávamos falando da mesmapessoa. Ele concordou.

A seguir continuei descrevendo o Jesus que eu conhecia. "Ele foi crucificado e morreu na cruz pelos meus pecados. O Jesus que você conhece fez o mesmo?"

"Não, Alá o levou para o céu logo antes da crucificação.

 Judas é quem morreu na cruz."

"O Jesus que eu conheço é o próprio Deus, que se tornou homem. O seu Jesus é assim?"

Ele negou com a cabeça e disse: "Não, Alá é o único Deus. Jesus foi um grande profeta, mas somente um homem." A discussão prosseguiu a respeito das muitas características que a Bíblia atribui a Jesus. Em quase todos os casos, meu amigo muçulmano tinha uma perspectiva diferente. Mesmo mantendo-se convencido de que ele tinha o ponto de vista correto sobre Jesus, o fato de que nossas convicções contraditórias não podiam ser reconciliadas pareceu reduzir o seu zelo em proclamar o seu amor por Jesus.

Discussão doutrinária é sectarismo?

Alguns enxergam este meu questionamento como algo não amoroso – como uma prova do sectarismo que a discussão doutrinária produz. Eu o vejo como uma tentativa de clarear o caminho para que meu amigo tenha um relacionamento genuíno com o único Salvador verdadeiro, o nosso Senhor Jesus Cristo – não com alguém que ele ou outros homens, intencionalmente ou não, têm imaginado ou inventado.

Doutrinas, simplesmente, são ensinamentos. Elas podem ser verdadeiras ou falsas. Uma doutrina verdadeira não pode ser divisiva de maneira prejudicial; esta característica se aplica somente a ensinos falsos. "Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles" (Rm 16.17; veja também Rm 2.8-9). Jesus, que é a Verdade, só pode ser conhecido em verdade e somente por aqueles que buscam a verdade (Jo 14.6; 18.37; 2 Ts 2.13; Dt 4.29). O próprio Cristo causou divisão (Mt 10.35; Jo 7.35; 9.16; 10.19), divisão entre a verdade e o erro (Lc 12.51).

"Qual Jesus?" é uma pergunta importantíssima para todo crente em Cristo. Nós deveríamos primeiro nos questionar, testar nossas próprias crenças sobre Jesus (2 Co 13.5; 1 Ts 5.21). Incompreensões sobre o Senhor inevitavelmente se tornam obstáculos em nosso relacionamento com Ele. A avaliação também pode ser vital com respeito à nossa comunhão com aqueles que se dizem cristãos. Recentemente, durante uma rápida viagem aérea, um dos meus amigos, preocupado o suficiente, fez algumas perguntas cruciais à pessoa próxima a ele sobre o relacionamento dela com Jesus. Mesmo tendo confessado ser um cristão, participando há quatro anos de uma comunidade cristã, essa pessoa na verdade não conhecia a Jesus nem entendia o evangelho da Salvação. Meu amigo o levou ao Senhor antes que o avião aterrizasse.

A "unidade cristã"

Com muita freqüência, frases parecidas com "nós teremos comunhão com qualquer um que confessar o nome de Cristo", estão sensivelmente impregnadas de camuflagens ecumênicas. O medo de destruir a unidade domina os que levam a sério este tipo de propaganda antibíblica, até mesmo ao ponto de desencorajar qualquer menor interesse em lutar pela fé. Surpreendentemente, "a unidade cristã" agora inclui a colaboração para o bem moral da sociedade com qualquer seita "que confessa o nome de Jesus."

T.A. McMahon

Continua na próxima postagem.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Estudo: Os Mandamentos de Deus-parte V



5º. Mandamento: ¨Honra o teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” – Êxodo 20:12

              Temos nos quatro primeiros mandamentos os deveres para com Deus. Jesus resumiu dizendo: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento em Lc 10:27a.

              Os seis últimos mandamentos dizem respeito aos deveres para com o homem. Temos o resumo de Jesus em Lc 10:27b que diz “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

              O que este mandamento nos ensina? Observarmos que o Princípio básico deste mandamento é A Santidade da Autoridade. O mandamento nos ensina que devemos respeitar aqueles que Deus colocou sobre nós e que devemos mostrar-lhes devidas honra, obediência e gratidão. “Que não rebaixemos a dignidade deles, nem por menosprezo, nem por contumácia, nem por ingratidão, pois o sentido de ´honrar´ é amplo e abrange tudo isso na Escritura” (Calvino).

              Este mandamento interessa a própria segurança nacional. Tem haver com a estabilidade da família.

              O Catecismo Maior nos diz que “Pai” e “Mãe” neste mandamento, abrangem não somente os próprios pais, mas também todos aqueles que, pela ordenação de Deus, estão colocados sobre nós em autoridade, quer na Família, quer na Igreja, quer no Estado (2 Rs 5:13; Gl 4;19 e Is 49:23)

              Porém, o Pai Principal é Deus! Foi Ele nos criou. Foi Ele que nos regenerou dos nossos maus caminhos. Se formos de fato seus filhos, obedeceremos a seus mandamentos. Portanto, o 5º. Mandamento nos ensina em primeiro lugar a darmos honra ao Pai de todas as coisas, de forma sincera e correta (Ml 1:6).

              Foi o próprio Deus quem estabeleceu os “pais” a quem chamamos de autoridade. Ele tem estabelecido uma ordem de autoridade no mundo. Sejam pais de qual tipo for. Sejam pais humanos, políticos (presidente, governadores, etc.), econômicos (empregadores) ou espirituais (pastores, líderes, etc.), devemos sujeição a eles.

              Tais autoridades devem agir como verdadeiros pais para com os subordinados. É por isso que receberam o nome de “pai” e “mãe”. Devem mostrar amor e ternura para com aqueles, conforme as suas relações. E devem levá-los a cumprirem os seus deveres para com os seus superiores, pronta e alegremente, como se estes fossem seus pais (Ef 6:4; 1Co 4:14-16; 1Ts 2;7,8,11,12).

              Vejamos alguns pecados proibidos aos superiores ou autoridades no 5º. Mandamento: Negligencia dos deveres que lhe são exigidos (Ex 34:2,4); A busca da própria glória e a ambição incontrolável (Jo 5:4,Fp 2:21); Preguiça e prazer (Is 56:10,11); A exigência de coisas ilícitas ou fora do alcance de os inferiores poderem realizar (At 4:18, 5:28,29, Mt 23:2,4 – Se um líder usa de forma errada a autoridade que lhe foi dada, e ordena as pessoas debaixo de sua autoridade que desobedeçam a Deus, então, a pessoa que está debaixo daquela autoridade tem o direito e o dever de dizer: não!. Um outro exemplo é de maridos que mandam suas mulheres mentirem. Ninguém tem o direito de pedir ao outro para pecar. Mesmo que esse seja uma autoridade. E ninguém poderá se justificar diante de Deus dizendo: “meu marido mandou”, “meu chefe mandou”, “meu governo mandou” ou “meu pastor mandou”. Você é responsável pelo seu pecado – Rm 14:12).

      Aos subordinados é proibido: Negligenciar seus deveres (Mt 15:5,6 – Não cuidar do pai e da mãe quando esses estão com idade avançada; Pv 23;22); a maldição e zombaria (Pv 30:11,17); a inveja (Coré, Datã e Abirão - Sl 106:16 cf Nm 16:1-35); o desprezo (1Sm 8:7 – desprezaram a autoridade de Deus e pediram um outro rei);  a rebelião contra a posição e pessoa em autoridade. Rebelar-se contra seus conselhos, mandamentos e correções legítimos. No Antigo Testamento o filho obstinado e teimoso, recebia a pena de morte (Dt 21:18-21). É claro que isto não se aplica para nós, hoje. Mas, mostra-nos que era gravíssimo diante de Deus desonrar os pais.

              O orgulho é a grande causa por detrás das dificuldades de nos submetermos as autoridades. E não podemos esquecer que Deus nos tem dado autoridades para que venhamos a ser abençoados, instruídos, aconselhados e admoestados. Ou seja, Deus nos tem dado autoridades para o nosso bem. São as autoridades que recompensam o que fazem o bem. São elas que reprovam e castigam os que fazem o mal.

              Como podemos observar acima, as áreas que este mandamento atinge, são abrangentes. Mas, o mesmo, aponta de forma especial para a família. E por quê? Porque o lar é o melhor lugar para se aprender acerca do assunto autoridade. Se as crianças aprenderem a honrar o pai e a mãe, eles irão honrar seus professores, pastores, os senhores e senhoras, os líderes políticos, etc.

              Assim como os pastores, líderes, empregadores devem respeitar a posição que Deus lhes concedeu, os pais da mesma forma devem respeitar e valorizar a posição de autoridade que Deus lhes confiou.

Lembre-se que se você quebrar as regras de Deus para sua vida, você fere a si mesmo. Mas, se pela graça de Deus, você observa as regras de Deus, você será bem-aventurado. A promessa de longa vida (para a glória de Deus!), contida neste mandamento, é sua.

Pr. Luís Guilherme Mesquita Alves

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O CRENTE E A GUERRA DE TRINCHEIRAS

Existem alguns interessantes estudos sobre palavras em Gálatas 5.16,17. As palavras que estudaremos são: “Andai”, “Espírito”, “Concupiscência”, “Contra”, “opostos”, e “não façais”.

O crente é exortado a andar no Espírito. A palavra “andar” é usada num antigo manuscrito grego na sentença: “estou andando num estado desgraçado”. O escritor dessa sentença estava comentando sobre a espécie de vida que estava levando, sobre como estava comportando-se. Mas, quanto ao nosso texto, a forma do grego mostra que se trata de um mandamento que deve ser constantemente obedecido: “Conduzi-vos constantemente no Espírito”. O vocábulo “Espírito”, que aqui se refere ao espírito Santo, está no locativo de esfera, e poderia ser graficamente representado por um ponto dentro de um círculo. A exortação, portanto, diz: “Conduzi-vos constantemente na esfera do Espírito”. Em outras palavras, determinai cada pensamento, palavra ou ação pela liderança do Espírito, por intermédio da palavra, e pensai cada pensamento, dizei cada palavra e fazei cada ação numa atitude de completa dependência da energia capacitada pelo Espírito Santo, “... levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2Co 10.5).

Se fizermos isso, temos a garantia e a promessa de Deus de que não cumpriremos a concupiscência da carne. A palavra “carne” neste caso se refere à natureza caída e depravada com a qual nascemos, cujo poder, todavia, foi quebrado quando fomos salvos. O vocábulo “concupiscência” tem sido um tanto alterado em seu sentido com o passar dos anos. O sentido do termo original assim traduzido, contudo, é o de um simples desejo. O desejo pode ser bom ou mau, conforme o contexto. Note-se que o termo grego tem, nesse versículo, uma preposição que intensifica o seu significado. Pois não se trata apenas de um desejo, mas antes, de um anelo. Porém, na medida em que determinarmos nossa conduta por aquilo que o Espírito Santo nos levar a fazer, e cedermos a Ele para receber a energia divina que nos capacita a pô-lo em prática, temos a promessa de Deus de que não cumpriremos tal desejo (existe uma dupla negação no grego o que fortalece a negativa), de que de maneira alguma, em absoluto, haveremos de cumprir os anelos da natureza caída.

A explicação sobre como somos libertados desses anelos e sobre as ações que satisfariam esses anelos, se encontra no versículo dezessete. A natureza caída milita contra o Espírito. Entretanto, a palavra aqui traduzida como “milita” é a mesma que no versículo anterior é traduzida como “concupiscência”. Segue-se que a carne tem um forte desejo contra o Espírito. Já a palavra “contra” vem de uma preposição grega que literalmente quer dizer “para baixo”. A idéia envolvida é a de derrota, de supressão. Poderíamos traduzir essa sentença como: “A carne tem o anelo constante de suprimir o Espírito”. A obra do Espírito Santo no crente é dupla, a saber, expulsar o pecado da vida do crente e produzir Seu próprio fruto. A natureza caída tem o forte desejo de suprimir o Espírito Santo. Porém, O Espírito Santo, por sua vez, também tem o forte desejo d suprimir a natureza caída em suas tentativas de fazer o crente obedecer aos seus reclamos. São contrários um ao outro. As palavras aqui traduzidas como “entre si” são um pronome recíproco no grego. O Espírito e a carne são recíprocos em seu antagonismo um contra o outro. A palavra “opostos” fala de uma atitude permanente de oposição um contra o outro, tanto por parte da carne como por parte do Espírito. No grego a imagem dada pela palavra é a de dois exércitos em campos opostos, cada qual cavando suas trincheiras com o propósito de assegurar o terreno que possui e de levar a efeito uma guerra de trincheiras. Entrincheiraram-se ambos para um longo combate de resistência.

Essa luta prossegue incessantemente no coração de todo filho de Deus. Só termina por ocasião do falecimento do crente. O Espírito Santo é a provisão divina para ser alcançada a vitória sobre o pecado, “para que não façais o que porventura seja do vosso querer”. O papel que deve ser desempenhado pelo crente nessa guerra de trincheiras se encontra em nosso versículo anterior, a saber, que devemos determinar constantemente cada pensamento, palavra e ação segundo a liderança do Espírito, cedendo a Ele para receber a energia de agir sobre essas premissas. Portanto, a tradução inteira desses dois versículos poderia ser: “Mas digo, conduzi-vos constantemente dentro da esfera do Espírito, e não cumprireis os anelos da carne. Pois a carne anela constantemente por suprimir o Espírito, e o Espírito anela constantemente por suprimir a carne, e esses estão entrincheirados numa atitude permanente de oposição mútua, a fim de que não façais o que porventura seja do vosso querer”.

(K.S.Wuest/Jóias do NT grego)

terça-feira, 3 de junho de 2008

Estudo: Os Mandamentos de Deus-parte IV


4º. Mandamento: Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou – Êxodo 20:8-11.

O Dia do Senhor: Um Dia para Parar, Descansar, Adorar e Servir!

Antes de tudo, é bom que se diga que o termo “sábado” significa “descansar”, “cessar” ou “fazer pausa”. Portanto, o termo não significa “sétimo” como alguns imaginam.

Percebemos que Deus como Criador e Soberano tem autoridade para ordenar a vida do homem. Tem autoridade de determinar seu tempo de trabalho e descanso. “Seis dias trabalharás...”! disse o Senhor. “Através desse mandamento de Deus, nossa vida é preenchida com precioso conteúdo. O trabalho é um dom de Deus; isso o homem percebe somente quando está doente ou velho e não pode mais trabalhar. Uma vida sem trabalho, sem ativação das forças do corpo e da alma, que Deus nos deu, é contra a vontade de Deus, é, portanto, rebelião contra Deus. Após a queda, o Senhor disse ao homem ‘no suor do rosto comerás o teu pão...’ (Gn 3.19). Deves trabalhar! E no Novo Testamento está escrito: ‘... Se alguém não quer trabalhar, também não coma’ (2 Ts 3.10)”. O ócio é pecado contra Deus. “Aquele que se mostra ocioso por seis dias é igualmente culpado, aos olhos de Deus, do que se vier a trabalhar no sétimo dia”. Issac Watts disse acertadamente que “Satanás sempre achará alguma malignidade para as mãos ociosas fazerem”.

Deus indicou um dia da semana como dia de descanso. Ele mesmo fez isto. Ele fez a distinção entre os seis dias de trabalho e o dia do descanso (Gn 2.1-3). Agora, o homem tem um padrão para seguir. Um padrão determinado pelo próprio Criador. “O Senhor ... ao sétimo dia, descansou” (v.11).

Por que Deus descansou? Não foi porque Ele estivesse cansado do trabalho e necessitasse de repouso (Is 40.28), mas porque cessou de criar. Não havia mais nada a fazer. Ele havia acabado os céus e a terra, e todo o seu exército (Gn 2.1). Ele ficou satisfeito com a criação e assim repousou. Por isso Deus abençoou o sétimo dia e santificou (Gn 2.3). “O sétimo dia é, portanto, o grande dia da criação acabada, o dia de descanso do Criador, o dia do Seu louvor e de Sua Glória”.

Deus separou o sábado para ser observado pelo homem, para que o mesmo possa aprender a necessidade de considerar o sábado como um dia em que ele mesmo precisa descansar de suas labutas diárias.

Mesmo antes da rebelião do homem contra Deus, Adão precisava de um dia quando pararia com todos os seus trabalhos no jardim do Éden e dedicasse mais tempo para comungar e estar com Deus.

Temos aqui no 4º. Mandamento de forma clara, que o sábado pertence ao Senhor. É o “dia do Senhor”. “Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus” (v.10). É um dia que “Lhe pertence”. É importante frisar isto, pois, além da necessidade do descanso do trabalho, um dos motivos pelo qual o sábado foi dado, como foi comentado acima, é termos um dia marcado para comungar e estar com Deus através dos meios de graça que Ele mesmo estabeleceu.

O livro de Hebreus cap. 4 desenvolve o tema do “descanso” providenciado para o cristão, conferindo-lhe o descanso da salvação. Na realidade esse é o descanso que Deus planejou para o seu povo. Um descanso que “transcende o temporal e alcança o eterno”. É um descanso espiritual que é efetuado pela fé em Cristo. O cristão, por causa da sua fé, entra no descanso de Deus, que é “um estado espiritual de estar na presença de Deus”.

Para os cristãos, o domingo é o Dia do Senhor, e não o sábado. Os crentes esclarecidos que não observam o sábado mosaico vêem em Cristo o cumprimento do mesmo, desfrutando desse sábado ou descanso, e não do sábado judaico.

No Novo Testamento lemos acerca das Igrejas que Paulo fundou. Tais Igrejas tinham um dia de descanso (o 1º. Dia da semana – 1 Co 16.2). Calvino nos chama atenção para o fato de que “não foi sem boa razão que os cristãos primitivos substituíram o sábado judaico pelo dia que chamamos o Dia do Senhor. O descanso verdadeiro prenunciado pelo antigo sábado foi plenamente inaugurado pela ressurreição do Senhor; e o dia da Sua ressurreição é, em si mesmo, uma admoestação aos cristãos para não se apegarem às sombras desde que já veio a substância”.

Infelizmente, muitos cristãos não têm honrado o dia do Senhor (domingo) como deveriam. Se esquecem que o dia é do “Senhor”. E ao invés desse dia ser um dia de descanso, transforma-se em um dia de tristeza. Para o mundo o “dia do Senhor” é um dia especial para se fazer o que é mundano, ilícito e mau. É só ler os jornais de segunda-feira para todos verificarem quantas coisas ruins, como crimes, roubos, acidentes, etc. ocorreram no domingo.

Nunca é demais dizer que graças ao Senhor não estamos vivendo sob a Lei, mas sob a Graça da Nova Aliança. Sob a Lei de Cristo (1Co 9.21). E por isso não estamos “obrigados” a guardar um dia, mais que outro. O Apostolo Paulo deixou claro que para o crente, todos os dias são iguais (Rm 14.5,6). Agora, o cristão é livre para escolher um dia distinto para maior comunhão com Deus. E como foi visto acima, à igreja primitiva optou por várias razões pelo domingo. O dia do Senhor (ou o 1º. Dia) era guardado “tendo por motivo o amor e não a Lei”.

“O domingo tem-se tornado um dia dedicado à adoração, ao estudo da Bíblia e à evangelização de uma Igreja reunida com esses propósitos. É no domingo que a Igreja comemora a ressurreição de Jesus. Ele saiu do túmulo revestido de uma nova vida. O domingo, pois, é uma oportunidade para participarmos dessa vida nova e a expressarmos. O domingo não é imposto, conforme o sábado era imposto. Contudo, é benéfico, e exige nosso respeito. A liberdade, se for abusada, será sempre tão ruim e errada quanto uma obrigação imposta”.

Pr. Luís Guilherme Mesquita Alves

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Estudo: Os Mandamentos de Deus-parte III



3º. Mandamento: Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.

O Nome de Deus é Santo!

O primeiro mandamento responde quem deve ser cultuado. E a resposta é Deus, somente Deus. O segundo mandamento responde como Deus deve ser cultuado. Não deve ser através de imagens, e sim, em Espírito e em verdade. E este terceiro mandamento por sua vez tem haver com a nossa atitude no momento do culto. Está relacionado diretamente com o uso correto das nossas palavras no que diz respeito a Deus e a tudo que Lhe pertence. Aponta para uma atitude de reverência no momento de adoração ao Senhor.

Longe de ser simples questão de etiqueta, o nome no Antigo Testamento exprime a realidade profunda do ser que o carrega. No que diz respeito ao Nome de Deus temos a ordem: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão”. Foi Deus mesmo quem revelou os seus próprios nomes ao povo de Israel. Tais nomes são expressões do Seu caráter, da Sua pessoa (atributos) e das Suas obras.
O nome de Deus é citado nas Escrituras Sagradas com profunda reverência, porque ele nos leva à imediata presença de Deus. Como seria maravilhoso se todos os crentes estudassem com afinco os nomes de Deus nas Escrituras. Aprenderíamos que Deus vê e sabe todas as coisas. Que Ele se encontra em todos os lugares ao mesmo tempo. Que para Ele não existe o impossível. Que Ele é a nossa paz. Quanto mais nos determos no estudo do Seu nome, mais reverência teremos e mais glória traremos para Sua pessoa.
Portanto, temos a possibilidade de conhecermos a Deus pelos Seus nomes e chegarmos à profunda e santa comunhão com Ele.
“O nome de Deus é o nome por excelência (Zc 14.9), a ponto de, por temor religioso, Deus ser chamado simplesmente “o nome” (Lv 24.11; 2 Sm 6.2; nome santo Lv 20.3, Sl 103.1, Ez 20.39; glorioso Ne 9.5; Sl 72.19; grande 1 Rs 8.42; Jr 44.26; honrado Dt28.58; eminente Sl 148.13; temível Sl 99.3; 111.9), cuja invocação produz terror no povo (Ml 2.5) e provoca medo no adversário (Dt 28.10; Sl 102.15). O nome de Deus, pelo qual Ele se manifestou a Israel, é Javé, “Ele é”, nome eterno (Ex 3.15), da qual depende a realidade dos outros nomes (Is 56.5)”.
O Catecismo Maior de Westminster nos traz o que este mandamento exige de nós. De uma forma geral, este mandamento exige que tudo relacionado com Deus seja tratado por nós de forma santa e reverente: Que Seu Nome seja mencionado e usado com respeito e reverência; que os Seus títulos, como “Altíssimo”, “Senhor”, “Pai” e outros, sejam invocados com respeito e significado; que os Seu atributos (santidade, bondade, justiça, eternidade, fidelidade e os demais) sejam mencionados por nós e utilizados de forma respeitosa e reverente; que participemos de Suas ordenanças (sacramentos: batismo e Ceia) com contrição, seriedade e sinceridade; que leiamos e meditemos na Sua Palavra (As Escrituras Sagradas) com humildade, dedicação e submissão; que ouçamos a pregação da Sua Palavra com atenção e sobriedade; que oremos ao Senhor de forma respeitosa, contrita e humilde.
Sem dúvida nenhuma “tais deveres para com Deus, Seu culto e Suas ordenanças tem sido esquecidos e negligenciados, em larga escala, em nossos dias. É um dos pecados prevalecentes em nossa sociedade, repleta de escarnecedores, zombadores, profanos, ímpios, perjuros, maledicentes e blasfemos. O que nos entristece mais, porém, é ver os próprios filhos de Deus abusarem e profanarem Seu nome, por pensamentos, palavras e obras”.
Este mandamento nos proíbe entre outras coisas: Usar o nome de Deus em vão; usar o nome de Deus e as coisas relacionadas a Ele de forma trivial, leviana e superficial; falar irreverentemente de Deus e Sua coisas (Existe pessoas que brinca com versículos bíblicos, com hinos e cânticos espirituais, contam piadas envolvendo a pessoa de Deus, Cristo, Céu, inferno, etc. A Bíblia nos lembra em Gálatas 6.7: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará”; Vãs repetições na oração; orações mecânicas, superficiais e sem fé; a quebra de juramentos e votos que fizemos diante de Deus.
Portanto, não devemos profanar o nome do Senhor. Pois, o Seu nome é a Sua própria pessoa. Além do mais, Ele é o nosso Deus. Devemos a Ele toda a reverência e respeito.
Também não podemos esquecer que “o Senhor não terá por inocente o que tomar seu nome em vão”. Deus não inocentará e nem poupará os transgressores deste mandamento. Não os deixará escapar sem castigo.
Devemos nos arrepender com toda a sinceridade e pedir que o Senhor nos perdoe por tantas vezes que faltamos com o santo respeito diante do Seu nome.
Que Deus nos ajude a sermos filhos reverentes e respeitosos. Façamos a mesma oração de Davi: “Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe-me o coração para só temer o teu nome” (Sl 86.11)!

Pr. Luís Guilherme Mesquita Alves

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O Fruto do Espírito



“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gálatas 5:22,23).


vv.22 Mas o fruto do Espírito. Justamente como havia condenado toda a natureza humana como nada produzindo senão frutos nocivos e indignos, agora nos diz que todas as virtudes, todas as boas e bem ordenadas afeições procedem do Espírito, ou seja, da graça de Deus e da natureza renovada que recebemos de Cristo. Como se houvera dito: “Nada, senão o mal, procede do homem; nada de bom pode proceder senão do Espírito Santo”. Pois ainda que às vezes surjam nos homens não regenerados notáveis exemplos de nobreza, fidelidade, temperança e generosidade, o fato é que não passam de marcas ilusórias. Curio e Fabricio foram famosos por sua coragem; Cato, por sua temperança; Scipio, por sua bondade e generosidade; Fabio, por sua paciência. Mas tudo isso era apenas aos olhos dos homens e como membros da sociedade. Aos olhos de Deus, nada é puro senão o que procede da fonte de toda a pureza.
Não tomo alegria, aqui, no sentido de Romanos 14:17, mas como aquele bom humor [hilaritas] para com nossos companheiros, o qual é o posto de melancolia. Fé é usada para verdade, e é contrastada com astúcia, engano e falsidade. Paz contrasto com rixas e contendas. Longanimidade é a suavidade da mente, a qual nos dispõe a levar tudo com otimismo, não permitindo a suscetibilidade. O restante é óbvio, pois a condição da mente se abre a parte de seu fruto.
Pode-se perguntar, porém, que juízo formaremos dos perversos e idólatras que, não obstante, exigem extraordinária semelhança de virtudes. Pois pelo prisma de suas obras parecem espirituais. Eis minha resposta: nem todas as obras da carne despontam numa pessoa carnal; mas sua carnalidade é exibida por um ou outro vício; assim como uma pessoa não pode ser tida como espiritual pelo prisma de uma única virtude. Às vezes se fará óbvio à luz de outros vícios que a carne reina em tal pessoa; e isso é facilmente visto em todos aqueles a quem mencionamos.
vv.23 Contra tais coisas não há lei. Há quem entenda isso como significando simplesmente que a lei não é dirigida contra as boas obras, visto que das boas maneiras têm emanado boas leis. Mas a intenção de Paulo é mais profunda e menos óbvia, ou seja: onde o Espírito reina, a lei não mais exerce qualquer domínio. Ao modelar nossos corações segundo sua própria justiça, o Senhor nos liberta da severidade da lei, de modo que não trata conosco segundo o pacto da lei, nem obriga nossas consciências sob sua condenação. Não obstante, a lei continua a exercer seu ofício de ensinar e exortar. Mas o Espírito de adoção nos livra da sujeição a ela devida. Paulo, pois, ridiculariza os falsos apóstolos, os quais forçavam a sujeição à lei, mas que ninguém estava mais ansioso do que eles para livrar-se do jugo dela. Paulo nos diz que a única forma pela qual isso se faz possível é quando o Espírito de Deus assume o domínio. À luz desse fato, segue-se que eles não se preocupavam com a justiça espiritual.



João Calvino, comentário de Gálatas,

Editora Paracletos, págs 170 e 171.